Wednesday, April 19, 2006

Hans Küng...





Por que ainda ser cristão hoje?
Hans Küng

Terminei de ler um livro que, até o momento, foi um dos melhores textos que li.

Outro dia, conversava com um amigo que fiz pela net, o nobre Eustáquio, e nas nossas "prosas midiáticas", tendo como meio de comunicação a internet, falávamos de livros e teólogos e ele me indicou o livro " Por que ainda ser cristão hoje? " do teólogo suíço Hans Küng.

E adquiri o livro. Li, numa voracidade que chegava a ser absurda. Quando ia pra Vinhedo com o meu pai, li novamente, terminando na madrugada. O livro é curtinho, não passa de 130 páginas...

Hans Küng, um teólogo jesuíta, que foi um dos acessores do Papa João XXIII, que promoveu uma mudança na igreja católica, com o Concílio Vaticano II, dentre essas modificações, a missa pode ser "rezada" na língua vernácula e não somente no latim, isso após o Concílio.

Küng, é de uma personalidade marcada pela inquietação e pela indagação. Critica os métodos que a Igreja cataloga como "pecado", que são os métodos contraceptivos, o sacerdócio às mulheres e a infabilidade papal. Mas o que mais me cativa é essa utópica tentativa de unir os cristãos á simplicidade do Evangelho, pelo caminho do Ecumenismo, unindo as diferenças em Cristo.

O texto traça uma qualidade muito peculiar. Linguagem clara, culta, concisa, o léxico bem laminado e a crítica bem tecida. E como teia de um aracnídeo, prende o leitor.

Porquê resolvi ler esse livro?

Percebo que há uma distância enorme, que chega a ser abismática entre a Cristandade, toda a cultura formada na pessoa de Jesus Cristo e a afirmativa de Ser Cristão. E aí, me pergunto: "Porquê sou Cristão?", porquê resolvi, na minha história pessoal, seguir a Cristo? O que Cristo representa pra mim? Ou é apenas uma herança familiar vinda dos meus avós?

Küng vai à fundo. Esquece todas as burocracias, hierarquias, direito canônico e incide uma pesquisa e construção de argumentos sobre as ações de Cristo e a abismática diferença do Cristianismo Institucionalizado.

Como?

Jesus abraça à mulher adúltera (também havendo um homem adúltero). E mesmo assim, a Igreja não abraça os que sofrem o fel desse pecado.

Há também uma leitura que ela traça das Igrejas que foram construídas historicamente com a confusão que havia, na Igreja Primitiva, se a Igreja era de "Paulo" ou "Apolo"...e aí, dentre outras. Aí, ele de forma clara, constextualiza o texto, ampliando nossa leitura sobre a Cristandade.

Descobri que me tornei cristão, pois, voltando para a Bíblia, descubro sempre que "Deus estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo". Não somente isso, Cristo andou e anda com aqueles que o mundo e as Instituições não abraçam. Os presos, sendo crucificado na cruz com dois deles. As prostitutas, os beberrões, os pequeninos e políticos. Promoveu mudança. mudança gerada pelo amor. E por esse amor, foi crucificado. Crucificado.

Esperança que não é apenas gerada nessa morte. E sim, numa Ressurreição.

Ele vive.

Não vou comentar muito, se não me empolgo. Leiam o livro. É da editora Versus, e custa R$ 17,00.

Paz & Bem!

B!

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