Friday, July 29, 2005

Fragmentos de um diário - NADA esquecido.

Pai,

....volto a escrever, esta é minha forma de orar, minha íntima oração. Confesso que parar e me silenciar anda difícil, o meu espírito não consegue se aquietar em Teu Espírito. Percebo que não tenho o meu Sabbath, o momento de descanso comtemplativo, de não fazer, e sim, ser em Ti. Com a agitação do cotidiano, nesse "deserto de concreto e aço", não percebo os "oásis" que me são oferecidos nessa caminhada. Sim, até percebo, mas preciso - parar - e beber da Fonte de Agua Viva, e também ser o manancial de Água Viva, oriundo da Tua Fonte, sendo auxílio e reforço aos peregrinos que passam por minha volta...

Me ajude a conduzir a minha vida financeira, que eu a use com sabedoria e diligência. Que o pouco - ou o muito - que vem de Ti seja bem usado, me ajude a conduzir a vida emocional, afetiva, espiritual conforme o Senhor mostra e revela. Já tenho tão pouco e o tão pouco, quero que seja como os "cinco pães e dois peixes", não pra minha EGO e cêntrica vontade, mas sim, num investimento saudável, inteligente e quando for da Sua Vontade, centrado no outro e sempre focado no Grande Outro.

Pai,

...às vezes as minhas sombras me assustam. O terror das minhas vontades, das minhas neuroses e a cobrança que vem do outro. E as minhas também....eu me cobro muito, eu sei. Ajuda-me a caminhar contigo pra conseguir abraçá-las e enfrentá-las "téte a téte"...que eu reconheça a cobrança que o outro me faz, mas que eu não o culpe como fonte das minhas neuroses. Que eu chame a ansiedade de ansiedade e não de inquietação, impulsão ou a disfarce no serviço ao outro. Pois "tenho que fazer algo pra não ficar parado" é uma desculpa, da mácula da minha ansiedade mal-resolvida. Vou "fazer algo" porque quero e preciso fazer algo, e não por uma inquietação íntima, nada saudável....se sirvo e ajudo é porquê quero ou há a necessidade de servir e não por uma compulsão de "querer ajudar todo mundo" e minha subjetividade nessa loucura, torna-se totalmente fragmentada, quebrada, carecendo a minha pessoa seja o paciente (que necessita do cuidado) e não o agente ativo (que traz e oferece cuidado...)

Logo estou de volta,

Seu filho e esposa,

B.

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