Tuesday, September 06, 2005

“Assim diz o Senhor, aquele que o fez, que o formou do ventre, e que o ajudará. Não tenha medo ò Jacó, meu servo, Jesurum, a quem escolhi.”
“Assim diz o Senhor, que te criou e te formou deste o ventre, e que te ajudará; Não temas, ò Jacó, servo meu, Jesurum, a quem escolhi.”
“Assim diz o Javé, que o fez, que o formou no ventre e o auxilia: Não tenha medo, meu servo Jacó, meu querido, meu escolhido.”
Três versões de Isaías 44:2
”Assim diz o Senhor...”
Deus não é mudo. Ele se expressa. Será que conseguimos perceber a Voz de nosso Pai Celeste quando Ele deseja falar conosco? Ou mesmo obedecer a Palavra documentada na Bíblia? O que acho maravilhoso nesse Deus, quem a Bíblia revela não é uma entidade pagã, longínqua, distante...mas um Deus que se achega, aninha e se expressa dizendo:
“...aquele que o fez e te formou desde o ventre...”
Deus me teceu, me esculpiu ainda quando eu estava disforme nas entranhas, no útero da minha mãe. Ali, ele me preparava um propósito, um sentido, um significado, uma história, mesmo com as adversidades e sofrimentos, mas Ele desejou que eu existisse. Não sou um acidente histórico, uma casualidade, fruto do absurdo, mas o ápice da Criação. Se Bach um dia compõs, “Jesus, a alegria dos homens”, Deus escreveu uma melodia, dizendo: “Homens, a alegria de Deus.”
“...e que te ajudará.”
Deus me ajuda.
Me aquece.
Me molda.
Me enobrece.
Se lança ao pesçoco e me beija.
Me tira do chacro de lodo, firma os meus pés sobre a rocha e guia os meus passos. Não é um Deus inerte à minha história e ao Universo (embora pareça e minha consciência me force a pensar sobre essa falsa impressão), mas um Deus que se move diante de um coração contrito, de um espírito abatido. Um Deus que se lança na Cruz.
”Não tenha medo, ò Jacó.”
A vida me assusta, me espanta. E isso é frequente. Um sistema que oprime, indiferenças familiares, trabalhos que não respeitam seu ritmo e tempo, pecados que espelham monstros que habitam nos porões da minha subjetividade. São tantos os montros, os minotauros a matarem. O salário mísero, a falta de pão, de espiritualidade, a grosseria no trânsito...Isso tudo e muitos outros fantasmas vêm me assombrado, diariamente...
Meu servo, Jesurum, meu querido...
Sou querido para Ele. Sou fruto do Amor. Posso ser o caso de Amor Dele, se eu deixar-me ser seduzido por Ele, é claro. Sou a “menina dos olhos”. A ovelha perdida que foi encontrada. Uma dracma jogada. Sou um ser que anela por Ele.
Meu escolhido, a quem escolhi...
É por aqui que me surpreendo. Sou um escolhido por Ele. Ele deseja fazer parte da minha história pessoal e eu da Dele, o Pai anseia em selar um pacto, firmar propósitos para que o Reino de Deus se estabeleça, pra que juntos, eu e ele, se relacione, chore, se alegre, viver emoções e fazer justiça através da minha (fútil) vida. Deus anseia me fazer instrumento da paz Dele.
Aqui, termino com Madre Teresa de Ávila,
”Só Deus basta...”

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