Friday, February 22, 2008

Um salmo, um devaneio, palavras jogadas ao vento...

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O que não tem data é pra todo o sempre"
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Salmo 25 (24) - Bíblia de Jerusalém
V4: "Mostra-me teus caminhos, Yahweh, ensina-me as tuas veredas.
V5: Guia-me com tua verdade, ensina-me, pois tu és meu Deus salvador.
Eu Espero em Ti o dia todo por causa da tua bondade, Yahweh.
V6: Recorda-te a tua compaixão. ó Yahweh, e o teu amor, que existem desde sempre.
V7: Não recordes meus desvios da juventude, lembra-te de mim, conforme o Teu Amor.
(...)
V17: Alivia as angústias do meu coração, tira-me das minhas aflições.
V18: Vê minha fadiga e miséria e perdoa os meus pecados todos.
V20: Guarda-me a Vida! Liberta-me! Que eu não seja envergonhado por abrigar-me em Ti.
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Oração, Prece, Monólogo Intimo, Partilha com o Espírito...ainda não sei definir o texto abaixo:

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Amado, meu Amante Amado, inperfeitamente Amado, Deus que é Pai, Deus que é Mãe...

Na verdade, ensina-me a Amar-Te, pois só com o Teu Amor - mesmo com o meu ser carregado de desvios, falhas e pecados - posso em Ti aprender a amar. E amar à Ti. E, em Ti, amar os meus irmãos. E até os meus inimigos. Mesmo quando eu sou o meu pior inimigo. Ensina a amar-me em Ti, Trindade.
Ultimamente, Deus...não sei o que anda acontecendo comigo.. Desde que fui diagnosticado com esse transtorno de ansiedade/depressão e essa soma de remédios....percebi e encarnei - mais uma vez - a "Queda de Adão", o "primeiro homem" e percebi que o efeito dos desvios do meu ser - neste caso, o pecado - ela é bem mais profunda, abrupta e sombria na dimensão total do meu ser.
Esse meu ser caído.
Mas, aqui no silêncio na casa da Graziella, leio e releio esse salmo, esse cântico de David no momento de suas aflições, angústias e as múltiplas tormentas do meu ser. E nesse salmo, Pai Amado não vejo apenas o cântico de David, mas também o Espírito que clama à ti com gemidos inexprimíveis...percebo - ainda que haja um Abismo entre o que a minha alma "sente em si" e o uso do recurso da linguagem escrita - já que a minha mente é uma azáfama, uma bagunça total - e triplica-se o Abismo e não sei o que expressar nada quando estou diante de Ti, silente, aguardando Tua Presença, Grande Silêncio.
Lendo o salmo vejo a Tua Graça dançando entre os meus assombros e luzes, entre meus horrores e belezas,

- matei um pernilongo, meu Criador, esse bichinho tava me enchendo! -
...meu consicente e meu inconsiente, mas vejo principalmente vejo-Te dançando, Doador da Vida, no pequenino João Pedro. Obrigado por essa alegria - e pela pequenina vida recebida nessa família - Amado.
E aqui clamo não pela cura dos meus transtornos pelo Senhor, mas sim, clamo a Presença do Senhor que traz a cura - ou não - desses meus infernos íntimos. Pois anseio - e com temor e tremor - construir um Altar à Ti no Abismo da depressão em Tua Presença, do que a euforia translúcida estando no Pináculo do Templo com o Diabo.
Amado, aqui não oro somente por mim, mas por aqueles que também sofrem os seus transtornos - físicos ou espirituais - e clamo o Teu Cuidado com essa família que me abriga nessa casa enquanto traço essas pobres letras e me traz O encontro contigo, Pai. Vejo o cuidado do Senhor através da vida dessas meninas. Abrace-as. Dona noêmia, Graziella, Gizella e a Daniella. E claro, a Estrelinha.
Ampare e cuide dos meus irmãos da Fraternidade Emaús, da Comunidade de Jesus, o Teu Corpo Místico semeado e (trans)formado por essa Terra. Em especial Amado, lembro do Gerson Borges, do Osmar Ludovico, o Ivo, Frei Louis e o Pe. Borges.
E a Natureza, Pai. Os irmãos pássaros que entoam seus cânticos e toda a Irmandade da Criação, filiados ao Cordeiro Imolado, que é o Teu Filho, Cristo Jesus.
Perdoa-me se "viajei" muito, Pai, mas eu sou meio lesado mesmo, você sabe!
Te Amo.
Imperfeitamente, te amo!
Sua Esposa, Filho e uma tranqueira em muitos momentos,
Paz & Bem!
B. da Trindade.
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Friday, February 15, 2008

Canção pra ninar o Bruno – Mário Coutinho

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Amados, Queridos, Desconhecidos e Andarilhos do Mundo Virtual...


Antes do poema, só lanço uma prece: Tenham paciência.

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"Obrigado, Deus amado, pelo mimo que o senhor trouxe ao meu coração através das palavras do Mário. Todo Louvorao Doador da Vida, que és Tú, Deus muitas vezes tão - mal - Amado. Amém"

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Canção pra ninar o Bruno
(Mário Coutinho)

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Dorme Bruno e almoça,
E janta Bruno e dança,
A dor à alegria alcança
E a vida será nossa.

Beija teu amor e amigos
E toca-os com festa.
Se a dor à alegria infesta
Ri teus risos e guizos.

Ora Bruno e silencia,
A dor é alucinação
Não toca a Escuridão,
Aquele em quem confias.

Dança Bruno e dorme
Alcança a felicidade
Cozida na irmandade
Que nem o tempo tolhe.

Janta Bruno e almoça
Faz teu riso noutros,
Nascerem altos, soltos;
Da dor, do mal, faz troça.

Lembra Bruno, lembra,
nada silencia dentro,
Mesmo o ciciar do vento,
Nem teu choro ou tua dança.

Abre teu caderno
Faça tua festa
Deixe a dor funesta
Sempre aos pés Eternos

Anda com pés altos
De mãos dadas comigo
Sirva-me de apoio, abrigo,
Guia meus pés incautos.

Dança Bruno, dança
Que dançarei contigo
E nessa dança de amigo
Só a felicidade nos alcança.

Daí então no fim da festa que está longe
As mãos eternas se unirão às nossas
A dor já nem lembrança do nome
Apenas, almoço, janta, dança e guizos.




Mário Coutinho
15/02/2008
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Thursday, February 07, 2008

Dia Cinza Castanho Toque - Mário Coutinho...

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Amigos, Inimigos, Amados e Desalmados...
Essa Vida carrega e lança suas surpresas. Aqui, mando um poema de um amigo - um novo amigo - que tenho sido profundamente abençoado com sua breve presença e suas letras...
E aqui, posto um poema, enquanto conversávamos via msn....
Paz & Bem!
E Boa Leitura!
B.
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Dia Cinza Castanho Toque

Mário Coutinho

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Se teu cheiro trouxesse paz
Como traz desejo de amar
Nesse dia cinza que faz
Com seus olhos pintaria o mar.

Não de azul, verde ou turquesa
Mas de castanho doce amêndoa
Numa tão exuberante riqueza,
Milagre que a natureza nos dá.

Nesse dia cinza chumbo que faz
Talvez só teu toque traria algo de luz
Para fazer este meu inábil peito capaz
De levar este fardo, este fado, esta cruz.

Com teus olhos pintaria o mar
De castanho amêndoa lunar,
E teu riso seria brisa noturna
Como canto a me embalar.

Onde anda a alegria deste dia
Cinza de morte, dor e ausência?
Nas mãos de pequena inocência?
Nos castanhos olhos, meus guias?

Neste chumbo de dias disparados
Minha alma tateia intranqüila e só,
Perdida nos sentimentos esparsos
Presa e confusa entre castanhos nós.

Atento ao tempo destes dias
Já que outros tantos eu vivi
Na infância breve eu aprendia
Dia cinza, castanho toque,
Minha frágil receita de alegria.

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Mário Coutinho
08/02/2008
Um dia muito triste
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