Tuesday, October 25, 2005

Feliz o que ama a Deus - Teresa de Ávila

Feliz o que ama a Deus.

Ditoso o coração enamorado.
Que só em Deus coloca o pensamento;
Por Ele renuincia a todo o criado,
Nele acha glória, paz, contentamento.
Vive até de si mesmo descuidado,
Pois no seu Deus traz todo o seu intento.
E assim transpõe sereno e jubiloso
As ondas deste mar tempestuoso.

{Teresa de Ávila}

Um Poema para a Gláucia Carvalho....

Aqui trago um "pipocar" de Palavras sobre a Gláucia Carvalho, uma compositora, pianista, dona do coração mais gentil, doce, que me tem atropelado com a Graça dEle...

É pra ela que dedico esse poema.


Paz & Bem!

B.

* * *

Leve...

Para a Glaucileska da Trindade....

Gláucia, Oh! Minha Gláucia...

Deixe-me contemplar os teus movimentos

Brancos

Vagos

Abandonados

Como num noturno Schumanniano ao alto Tom de

Lá Menor, nublado, cinza-azulado...

[des-cobrindo] que a melodia da tua vulcânica alma

Imprime um Samba Dobrado em

Sol Maior, em êxtase...

Vestida de chita,

Ver você menina/mulher

Solta nesse mar de contrapontos inaudíveis

Abraçado ao teu frágil templo, a Trindade.

Dançando,

Jogando-Te pelo ar,

Sem gravidade,

Os quasares,

anéis de saturno,

e os serafins do sexto céu

invejosos,

...

Da aria mais linda

que minha breve loucura onírica

Na tela irreal da minha consciência,

Pode contemplar

Inebriado pelo Mistério

Do teu ser.

* * *

Seja sempre dEle, Gláucia!

Do Irmão que tá aprendendo a te amar.

B.

22.10.05. 14:21.

CARTA AOS CRISTÃOS DE HOJE - Reverendo Caio Fábio.

CARTA AOS CRISTÃOS DE HOJE - Reverendo Caio Fábio.

Antes de qualquer coisa quero dizer, em nome de Jesus, que sendo um pecador dentre todos os pecadores da Terra, nem por isso posso negar que Deus habita em mim, e que Dele recebo a Luz.
Dou a conhecer aos meus amados irmãos que encontrei e conheço a nosso Senhor Jesus Cristo—Deus Conosco—, a Quem Deus constituiu como meu Salvador por Sua exclusiva Graça, hoje e para todo o sempre. Amém.
Encontrei com Ele porque tudo procede Dele, e Nele eu sou. Pois antes mesmo de haver sido qualquer coisa criada, Ele mesmo se entregou como oferta por toda a Sua criação, sem que ainda houvesse Cosmos: por isso só Ele é Deus!
Ele era, Ele é e Ele há de vir. Eu que nada sou, sempre fui Nele, antes de eu mesmo ser.
E o que há de vir, só virá porque antes que qualquer coisa houvesse, Ele se entregou como oferta de Graça pela criação que ainda estava por vir.
Por isso irmãos, quero dizer que segundo a muita misericórdia de Deus nosso Pai, recebi de nosso Único e Soberano Senhor, a missão de informar a todos que não há outra maneira de se enxergar a História se não à partir da Eternidade.
Digo isto irmãos, porque sei para muitos de vocês parece haver Deus falhado na realização de Sua promessa de criar para si mesmo, na História, uma noiva pura, sem defeito e sem mácula: a Sua Igreja; a qual haveria de ser percebida pelo mundo como luz; e pela terra como sal.
Tivemos, irmãos, o tempo histórico linear que houve entre referências históricas tão majestosas em fé como de Abrão e Paulo, em seus intervalos históricos. Muita coisa aconteceu entre as existências de Abraão e Paulo; pois dois mil os separaram um do outro!
Somos todos História, irmãos!
Dois mil anos nos separam, amados irmãos, do dia de Pentecoste; e, honestamente, aonde fomos? Para frente? Como?
Sim! Mostrem-me um único tempo de duradoura prevalência histórica da verdade sobre as aparências e da Graça sobre a Religião e as Leis?
Para muitos parece haver Deus falhado; e é como se o Evangelho tivesse ficado sem o devido testemunho de sua verdade.
Amados, nunca houve uma única geração que tenha visto o pleno testemunho da Palavra encarnada pelo Povo de Deus desde a nossa Queda, no Éden.
Até mesmo a própria densidade histórica daquilo que era igreja—os hebreus, os israelitas, os judeus, os judeus cristão de Jerusalém, e as igrejas dos gentios—sim! mesmo entre eles nunca se viu a compreensão de que havia alguns princípios em operação no fenômeno histórico; sendo que um desses princípios pré-determina, historicamente, que alguns outros princípios aconteçam em cadeia e como seqüência; mantendo-se uns aos outros infindávelmente em operação, até que venha o Fim-Começo de todas as coisas, quando Aquele que estava no Principio oferecendo-se a Si mesmo por todos nós, haverá de dar plenitude a todas as coisas.
Foi também por isso que Ele se Encarnou em Jesus; realizando pela Sua Histórificação a manifestação daquilo que Ele mesmo já havia realizado pela Sua própria criação; oferecendo-se a Si mesmo por nossos pecados; visto que, quem nós somos também pré-existia Nele.
Por isso Ele é nosso Deus.
Ele é o único que é Luz, e Nele não há treva nenhuma, pois para Ele as trevas e a Luz são a mesma coisa. Ele não mente porque para fora Dele não há realidade.
Sim! por isto Ele se Encarnou, a fim de dar a Si mesmo a conhecer ao mundo—começando por aqueles que historicamente abrigavam o clarão da Promessa, os filhos de Sete, filho de Adão; chegando aos hebreus; e, posteriormente, também aos cristãos; como hoje tão claramente se vê.
Ele determinou que a História seja compreendida somente à partir de Seu final, visto que, para Ele, o final é o começo.
Por isto Ele é o alfa e o Omega. O Princípio e o Fim. Pois assim como para Ele as trevas e a luz são a mesma coisa; também determinou que o princípio seja o fim e o fim o princípio. Visto que nada há mais próximo para o nosso senso de percepção da história que o próprio princípio; daí a Nova Jerusalém ser uma versão da eternidade “atravessada” pelo tempo, visto que lá o Éden também se faz presente.
Os elementos do Princípio estão presentes no Fim, pois o Princípio e o Fim são a mesma coisa. Almejamos o Paraíso por que almejamos o Futuro com os suspiros do Passado.
Éden e Nova Jerusalém são as nossas possíveis linguagens humanas para falar que Ele é o Princípio e o Fim; o Alfa e o Omega; Aquele em quem, tudo e todas as coisas subsistem; inclusive esse meu ato de escrever.
Deus é!
É Deus!
Portanto, a pregação de que Deus estava em Cristo reconciliando consigo mesmo o mundo, era também a declaração de que a própria História jamais será discernida em seu estado de Queda e de Repetição, senão à partir do Cordeiro.
Sim! só é possível tolerar a História à partir dessa metafísica.
Tudo começa com Aquele que é, e que se deu; que criou e que deu Sua própria Vida para criar; e que amou a ponto de se entregar, sendo Ele mesmo Deus. Isto nos foi revelado para que soubéssemos que toda manifestação de Deus naquilo que chamamos História é também a revelação de como a História enxerga Deus, pois eis que Ele veio para o que era Seu, e os Seus não o receberam. Este é um fatídico Princípio Histórico.
A História nunca verá a Deus no Ato da Manifestação; visto que ela só se alimenta do Passado.
O Passado é o único bem da História, visto que, o Presente acontece sem o Seu reconhecimento—afinal: os Seus não o reconhecem.
Quando o reconhecem, então, já virou História; e já está perdendo o momento imediato da Revelação e da Iluminação de Deus, visto que a primeira é experimentada de dentro para fora; e a segunda, de fora para dentro—digo: como experiências.
Assim, a única maneira de se entender a História e a nós mesmos, é pela modificação de nosso vício no pensar, e não deixarmos jamais de nos renovar na nossa mente; discernindo sempre a centralidade e essencialidade do Espírito da Graça—que é a compreensão de que Ele ofereceu por nós antes de todas as coisas serem criadas, a fim de que nos mantenhamos “hebreus”; ou seja: seres em permanente estado de impermanencia; para que caminhemos em fraqueza e em quebrantamento: vendo, sem poder fazer enxergar; amando sem poder provar; discernindo sem se fazer compreender; ouvindo sem conseguir se fazer entender; e crendo sem ser capaz de se fazer impor.
Amados, esse é um principio dos mais importantes. Se alguém não crê que antes de haver Luz houve Cruz, ninguém poderá discernir a Realidade, mas tão somente a História (que já Passado). E a História já não mostra a Realidade, visto que esta acontece sempre em extremo adiantamento em relação à Compreensão da História, que não consegue ver o Dia Chamado Hoje.
Por isto, Ele veio para os Seus e os Seus não o receberam e nunca o receberão.
Meus irmãos, se fizemos o que fizemos com a mensagem histórica do Evangelho de Jesus, por que nos espantarmos com qualquer outra coisa na História?
A História só é vista como Realidade para aqueles que Nele vêem a Realidade do Hoje como História. Embora aqueles que Hoje já têm esse discernimento só venham a ser conhecidas muito tempo depois.
Os profetas nascem da incompreensão!
Para esses, os profetas, a História ergue Pilares Póstumos, conforme disse o Cordeiro, o Filho do Homem, nosso Senhor e Deus, Jesus Cristo, referindo-se aos escribas, fariseus e autoridades religiosas.
E por que é assim?
Para que ninguém se glorie! E para que ninguém tente separar o Joio do Trigo. Na história os irmãos se reconhecem, mas a História também não consegue reconhecê-los.
A verdadeira Igreja jamais será discernida em plena visibilidade histórica, visto que a Igreja que a História vê, já não existe, pois a História só vê o passado.
A rejeição de Deus em Cristo é o testemunho de que a História tem que ser enxergada à partir da Palavra e não a Palavra ser entendida pela História!
Deus encerrou todos na ignorância e nos deixou ver apenas que cada geração, no máximo, enxerga para trás. Somente a Revelação abre nossos olhos para que enxerguemos um profeta Hoje.
Ora, isto acontece por causa do princípio da Impermanencia por Deus estabelecido. Nosso amado irmão Paulo fala disto em sua Epístola aos Romanos, nos capítulos 9 a 11. Deus cega a uns para que outros enxerguem. Até que os que pensam que vêem fiquem cegos pela sua presunção de visão; então, é hora de outros enxergaram.

É por esta razão que aquilo que é elevado diante de Deus sempre é abominável entre os homens, e vice versa. A História não enxerga a Realidade enquanto esta se mostra como Hoje.

Daí nosso Senhor ter dito que é preciso perder hoje para que se venha a ganhar no futuro. A existência profética acontece dando este testemunho da verdade.
Deus deu aos santos apóstolos e profetas no Espírito, aqueles que foram historicamente chamados pelo Senhor Jesus, uma importância histórica inigualável. Os demais apóstolos que vieram depois foram apenas “Vocadores Históricos de um Momento”, visto que apenas aplicaram a Luz recebida pelos apóstolos de Jesus aos novos contextos de seus próprios dias.
Entendemos História como Princípio, mas Hoje só nos é possível discerni-la no espírito.
Esse princípio da impermanencia deflagra o principio das alternâncias. As lutas entre Caim e Abel; Ismael e Isaque; Esaú e Jacó—apenas confirmam esse princípio, e que está presente na História até os dias de hoje, e estará para sempre.
Deus definiu que assim seja, visto que, num mundo caído, a saúde vem dos movimentos que desestabilizam.
A tragédia desse princípio é que ele estabelece a rejeição “natural” da Graça; a rejeição da Cruz, visto que a História, no máximo, reconhece a Crucificação, mas a Cruz só se realiza como Hoje.
Assim, temos também que admitir que os Atos dos Apóstolos carregam a Palavra, mas não a contêm em totalidade, visto que a História contatada já era passado, e a Palavra é sempre Hoje.
Pensar diferente seria estabelecer a total Prevalência da História sobre a Palavra?
Pensar diferente faz com que “cultuamos os apóstolos”, mas não nos habilita a enxergamos a sua palavra, visto que confundimos os apóstolos e seus Atos com a Palavra de Deus, que era, é e sempre maior que seus portadores.
A Palavra só se Encarnou uma Única vez: em Jesus Cristo. Antes e depois Dele ninguém encarnou a Palavra.
Pois todos pecaram e todos carecem da glória de Deus!
Ora, então você pergunta: Qual a vantagem de saber de tudo isto?
Não se pode pretender nada, senão já se obriga o Presente—o Momento—a servir por antecipação a própria História. Além do mais, só houve Um que sabia, e decidiu entregar a Si mesmo ao Momento, a fim de nos salvar para toda a eternidade. Ele é Aquele a Quem a História não reconheceu de modo algum; mas a quem alguns discerniram por Revelação.
Nisto reside o mistério da eleição, ainda que em Deus a eleição não é um mistério, mas uma confissão de liberdade e sabedoria.
Ora, sendo todas as coisas assim, devo dizer apenas mais uma coisa:
Ele estabeleceu que a Revelação aconteça no Momento, pois somente pelo Espírito Santo alguém pode reconhecer a Jesus, não como Persona Histórica, mas como Cordeiro, Deus nosso, o qual seja bendito eternamente. Amém.
E o Espírito fala no Momento, no Dia Chamado Hoje!
Hoje, pois, se ouvirdes a Sua voz, não endureçais os vossos corações!
E se alguém quer andar com Ele, aprenda com a História, sirva-se dela como revelação de como cada geração perde a Revelação por cultuar o Passado: a História.
Que a Graça de Deus guarde a todos nós!
Que a Palavra eterna nos fale Hoje!
E que o Verbo seja a Palavra de Hoje e sempre!
Nele,
Caio Fábio

Monday, October 10, 2005

Corpos....poesia....

Aqui vai, uma peosia que escrevi, logo após que vi, debaixo da ponte, um irmãozinho.

Como sou um bundão, não "fiz" nada. Meditei como alguns mendigam pão.

Outros mendigam Amor, Sexo, Atenção...

Destilo um mistério íntimo, em poesia.

Sem mais,

B.

* * *

Corpos rasgados,
Ao léu,
Gris como o cimento.
Sujo, inconstante,
Trapos em desalinho
Norte Ausente
O dia que arde escuro
O sentido transmuta-se ao Nada.

Tímido,
Um facho de Luz
Na triste alvorada
Disfarçada, Mascarada, Nublada
Um falso arlequim do "não ser".

Mostram-se cicatrizes.
Chagas em Aberto
Sutura com a linha tênue do Absoluto

Crava

Costura

Drene

Cure

Limpe

O Amor encarnado nesse frágil templo.

E o Vazio, Informe,
Magro
Inebriado pela Palavra,
Sacromaquia
Ao caminho da Cruz
Os teus pedaços arrancados
É o tecido que traz uma nova côr.
Ao baile de ossos
que compõe minha estranha poesia.


* * *

Wednesday, October 05, 2005

Dores e Dez Anos....

Dores e Dez Anos...

Há dez anos eu passava por um dos mais dolorosos "rituais de passagem" que um ser humano pode enfrentar. Muitas vezes nem é "enfrentar", mas sim suportar os dias que se dilatam em dor. A dor. Dor do luto.

No dia do enterro do meu avô, um tio muito querido, um negrão chamado Orlando, no cemitério, em setembro de 1995 me chamou e pediu pra eu dar a "última despedida" ao meu avô. O caixão, baixava vagamente, através das cordas - presas ao caixão - sendo soltas vagarosamente pelos braços dos filhos e coveiros. O caixão desceu à palmos que não contei se era sete ou mais. Mas, ali, enterrava a pessoa que mais amei na vida, o meu avô.

Não tive "traumas" em relação ao que
"falei" ou "não falei" ou "do que deveria ter dito e não disse", não não houve isso. Painho soube o quanto eu o amava. Lembro-me que quando fazíamos vigília no hospital, e no quarto, segurava a mão de Painho - era como o chamávamos - e ainda sedado, em estado insconsciente, percebendo que quando ia sair, ele apertava com mais afinco, misteriosamente - vai saber? - pedindo pra ficar ali.

Outrora, lembrava quando ele me olhava e via eu aprontando alguma coisa e dizia: "Bigorriiiilho, o que você tá fazendo?". Ou quando do nada, ele lendo enciclopedias - sim, ele fazia isso - e eu sorrateiramente pulava e assoprava a barriga dele. Era demais.

Dez anos...

Dois meses atrás, o meu pai - que mora em Vinheedo - teve cálculo nos rins, as pedras "estouraram", obstruindo o canal do fígado. Ficou amarelo, fraco e em observação na UTI do hospital, em Vinhedo. Fui correndo pra lá, pra ver como ele se encontrava. Quando cheguei por lá, parece que fui colocado num túnel do tempo e meu corpo e alma foi visitado por sentimentos que (re)vivi nos tempos de meu Painho. Ver ele fraco, com os olhos tristes e comendo sopa foi estranho (por acaso, é ele que me apresentou umas polentas deliciosas, a cerveja Extra-Malte, a cachaça Salinas e a boa literatura...).

Num momento quando auxiliava a esposa dele pra limpar o dreno, foi o ápice. Naqueles dias, há dez anos eu fazia o mesmo com o meu avô. Minha consciência perdeu o eixo, meu ser sentiu-se numa erupção de lembranças e naufragava num fel de sentimentos ambíguos. Fui pro quarto chorar. Ali, só pude dobrar os meus joelhos e balbuciar minhas preces, que foram sem palavras. Foi silenciosa. Pedi pro Pai Celeste ouvir o meu ser e discernir o que sentia. E ali, fiquei. O máximo movimento que fiz foi pegar a Bíblia e ler a Palavra que refrigera a alma, que abriga nos dias nublados e que meu Pai fosse aninhado pela Trindade.

Mais tarde, foi engraçado, pois o meu pai - de Vinhedo - pediu pra eu ir ao mosteiro pra "rezar por ele". Detalhe: ele é ateu. Ou se intitula que seja. Aí, começamos a conversar, eu sobre as minhas dificuldades com a Instituição - seja qual ela for, mas principalmente a Religiosa - e ele falava da dificuldade que ele tinha com a extrema-esquerda, ele é comunista. Comunista de verdade. Ele dizia que tanto a Extrema Esquerda e as Instituições Religiosas tinham um "detalhe" que ignoravam - e atropelavam - qualquer outra forma de pensamento que muitas vezes não se condizia com a ética que "pregavam". O problema que tínhamos em comum era o Dogma. E o pior: o Dogma mal-interpretado e manipulativo.

Saindo dali, fui andar. Fui buscar ambientes silenciosos, orantes. Orei muito. A conversa com Deus foi intensa. Descobri - e isso digo em outro texto - que meu "Egito Existencial" o lugar onde não consigo levantar o meu altar ou prestar o meu culto íntimo é aqui na minha casa, principalmente no meu quarto, devido as distrações e trabalho. Tenho que transformar o meu cotidiano - principalmente o meu ser - numa Bet'el, que significa Casa de Deus. Preciso abrir o meu pútrido coração pra oportunidade de desfrutar mais e mais de Deus no cotidiano. E deixar a Trindade habitar por aqui e assim, amá-Lo mais e mais quando não somente estiver em retiro mas no - muitas vezes, tedioso - cotidiano. Como os casais que fogem pra se deliciarem...assim - creio eu - tem que ser com o Amado em alguns momentos de nossa história com Ele...claro que esse mesmo Amor nutrido no cotidiano.

Em meio à dor, vendo a dor do outro, confusões anímicas, ausências e do meu mal-estar com a Morte, descobri a Vida que há quando se caminha com Deus. Sem grandes "eventos", Deus operou amizade, doação do ser e cura.

Cura. O meu pai já tá melhor. Eu ainda vou ter que chamar a Morte e conversar com ela. Sou mal-resolvido com ela. Enquanto isso, inebrio o meu frágil ser - com o Mistério, tornando-me amigo de Deus e pedindo pra que essa paternidade celestial seja desfrutada pelo meu pai também.

Creio que é isso.

Que Deus seja Abba! Em dores ou um êxtases, que Ele seja o que É!

Paz & Bem!

B.